Fundada entre o final do século XIX e os primórdios do século XX, a psicanálise surgiu como uma alternativa de escuta a sujeitos, especialmente mulheres, que desenvolviam sintomas sem causa aparente para a Medicina da época. Sigmund Freud, ao se  propor a escutar o que esses pacientes tinham a dizer, foi reconhecendo na fala, no ato de dizer, um campo precioso para a análise.

A partir daquilo que é falado, pode-se ter dimensões do que estrutura e atravessa a história de um sujeito; daquilo que faz marca e daquilo que deixa de fazer; daquilo que parece nada, mas que, na verdade, carrega um significado gigante para si mesmo. 

Um percurso analítico, portanto, é como navegar na própria história e na própria experiência de estar no mundo, reconhecendo paisagens e caminhos antigos, mas também se deparando com cantinhos e buracos desconhecidos e inacessados de quem se é, construindo, a partir disso, um modo singular de viver a própria vida.